24 junho, 2014

Relembrando...

Sim, faz tempo desde a última vez que escrevi aqui, as coisas mudam o tempo todo, e a gente tem de ficar se adaptando as situações. No meu caso, a uma casa nova, a pessoas novas, lugares novos, tudo esta um pouco diferente, desde que meu pai me colocou pra fora de casa, sim, isso mesmo que você leu. Então, vou contar essa histórinha super divertida e hilariante.
Desde o ano passado meu pai vinha discutindo com a minha mãe sobre a gente se mudar para outra cidade, no caso para a cidade onde a minha irmã esta fazendo faculdade. Então, depois de algumas brigas e confusões idiotas, escolhemos a casa, e nos mudamos no mês de fevereiro desse ano, um pouquinho antes de começarem as aulas. Como nessa cidade não tem ônibus que vai para o lugar onde eu faço faculdade, eu sugeri pro meu que eu poderia morar com ele, até encontrar um apartamento pra mim na cidade onde estudo. Ok, tudo resolvido, tudo acertado, as mudanças se iniciaram, o período letivo também se iniciou.
Agora eu vou adiantar um pouco essa situação, eu não fiquei nem mesmo dois meses inteiros na casa do meu pai, antes da puta que ele chama de mulher, se cansar de mim. 
Os eventos a seguir, foram analisados e pensados cuidadosamente antes de serem informados aqui nesse blog, afinal, depois de tanto pensar no assunto chegamos a tal conclusão... 
Eu estava precisando do meu computador que estava na casa da minha mãe para fazer uns projetos, e o meu pai precisava ir até onde minha mãe e irmãs estavam morando para pagar os materiais que minha irmã estava precisando pra faculdade. Tudo feito, a gente voltou, quando chegamos em casa, senti o clima um pouco pesado, só que eu nem dei a mínima, eu estava com pressa pra ir tomar um banho e pegar o ônibus pra faculdade. 

Só que fui impedida, a mulher do meu pai me chamou, no tom mais grosso que ela consegue fazer, eu perguntei o que estava acontecendo, ela disse num tom de cinismo :"Eu é que quero saber o que esta acontecendo aqui...".  E dizendo isso, apontou para uma sacola preta em cima da mesa com umas coisas ali em cima. Eu mesma não entendi do que se tratava, sabia que coisa boa não era pra ela estar daquele jeito, me atacando a cada palavra que eu dissesse. 
Se tratava de uma macumba, dentro da sacola tinham várias velas pretas com vários formatos, acho que eram dois caixões, uma vela em formato de caveira, e uma outra não lembro o que. Tinha acho que alho e pedras lá dentro também, e uma carta escrita num papel ruim, com tinta vermelho, no caso pra representar o sangue. 
"Bom, vou voltar um pouco nessa história, quando eu e meu pai já estávamos na metade do caminho de volta, ela havia ligado para perguntar onde a gente estava."
Ótimo, continuando... Na carta, dizia que minha mãe estava deixando uma macumba naquela casa, e que eu estaria ali para vigiar eles, e passar toda a informação de dentro pra minha mãe. Que meu irmão mais novo ia cair do cavalo uma, duas e na terceira vez que caísse ia morrer. Que meu pai ia ficar louco, e se matar. E que a mulherzinha lá, também ia ficar louca, e que ia pra casa dos pais dela, bom, essa parte eu não entendi direito. 
Claro que não fiz isso, e foi o que eu disse, nem minha mãe, e tampouco minhas irmãs fizeram, já estavam longe demais para fazer tal coisa, e outra, eu conheço aqueles que moraram comigo uma vida inteira. Meu pai jogou na minha cara que eu não conhecia minha mãe, bom, só sei de uma coisa, o passado dela não me interessa, mesmo que ela já tenha me contado tudo, ou quase tudo, as coisas erradas que ela fez no passado, estão e vão ficar no passado, atualmente ela não é desse jeito, e nem tem forças pra isso. 
Mas é claro que eles insistem nesse problema, mas depois que parei para analisar a situação, eu notei várias coisas...
A mulher do meu pai, ao invés de ficar na defensiva, ela ficou me atacando, o que não é normal de quem encontra algo assim, ela deveria estar surpresa, chateada sim, mas ainda conectando uma coisa na outra, não do jeito que pareceu, já ter tudo planejado. 
Outro ponto, ela disse que estava indo plantar, e achou isso, quando passei pelo local onde ela disse que supostamente tinha achado a macumba, o buraco não tinha profundidade suficiente para esconder tamanha sacola, e outra, ela cavou bem em cima da macumba, como se já soubesse que ela estava ali. 
A uns dias anteriores desse evento, eu escutei meu irmão perguntar pra ela "mamãe, para que eram aquelas velas?".
Bom, o fato é, meu pai virou pra mim e disse "vai arrumar suas coisas, estamos voltando". Ele disse também que não tinha mais condições de eu ficar ali com eles. Ou seja, você vai embora, porque aqui não da mais pra você ficar!! Eu não confio em você, eu não acredito em você!! 
Foi isso que eu entendi dele. Tudo bem, eu fui arrumar minhas coisas, claro, eu estava chorando, assustada, e sem saber o que fazer, eu tava com medo daquelas coisas, aquela vaca pegou uma daquelas velas e esfregou na minha cara quase. 
Enquanto eu arrumava as minhas coisas, meu pai foi e buscou a minha avó (ele não sabe fazer nada sem ela, #fato)... Ela virou pra mim, não tinha escutado nem metade do que tinha acontecido, e já estava gritando comigo, dizendo que não tinha como outra pessoa ter feito aquilo, que era certeza que foi a gente que fez. 
Ou seja, nem mesmo minha avó acreditou em mim. Arrumei minhas coisas com aquele cão olhando, e fui embora, esgotada. Chegando na casa da minha mãe aquela confusão. Bom, o assunto acabou ai, ele foi embora e eu fiquei, agora eu teria que arrumar um jeito de ir pra faculdade. 
Ele me enviou um dinheiro pra mim ir de ônibus pra outra cidade, fiquei na casa de uma amiga, os trabalhos vieram, e as provas também. Como faço arquitetura, eu preciso de alguns materiais para fazer certos trabalhos, no caso, o computador pra projetos específicos, já que era trabalho em grupo. O que fiz? Bom, eu resolvi voltar pra casa da minha mãe e faltar na faculdade para concluir os projetos, não dava pra ficar na casa da minha amiga, e usar o computador dela, ela também tinha que usar ele. E outra, eu não tinha tempo para ir atrás de um apartamento com provas e trabalhos acumulados. Resultado... Meu pai foi até a faculdade em um dia que faltei porque perdi o ônibus, e conversou com meus professores e coordenadores, perguntou sobre mim, e o meu desenvolvimento, e das conversas, concluiu que eu não estava apta para continuar com o curso, então ele disse para meus professores, que eu havia dito para ele que eu não estava tendo aula, então minha coordenadora recomendou o trancamento do meu curso. E com a assinatura de mais dois professores, ele fez isso, e jogou no lixo todo o meu esforço para continuar. Jogou fora minhas provas do bimestre, meus trabalhos, tudo. Estou parada desde abril, quando falo sobre isso eu choro, eu sinto tanta falta, eu realmente dei o melhor de mim, mas não foi o suficiente. 
O fato é, as coisas foram acontecendo, as bombas foram caindo na minha cabeça, e ele queria que eu lidasse com tudo isso de que jeito?! Como?! Eu não sou ele, não quero ser como ele, e se um dia eu for como ele, eu me mato!! 

Eu queria contar isso, as pessoas perguntam, e eu falo o que houve, mas sempre falta algo, não é o certo, eu não desejo nada de mal para eles, eu quero que eles sejam felizes, eu só acho que meu pai tem a obrigação de agir como tal, já que esteve a vida toda longe, não sei de quem é a culpa disso, se é da minha mãe ou não, só sei que nenhum dos dois fizeram nada para mudar essa história, e quem sofreu as consequências disso tudo, fui eu e minhas irmãs. Sempre no meio da briga infantil dos dois. 
Eu não quero as coisas do meu irmão, a única coisa que eu quero, é que meu pai termine de pagar meus estudos, eu só quero terminar de estudar, quando eu terminar, eles podem fingir que nunca me conheceram, que não tenho nada a ver com eles, eu simplesmente vou ir viver minha vida sossegada e quieta, correndo atrás das coisas que eu quero, e conquistando meu espaço com minhas próprias mãos, eu só quero ajuda agora, para me impulsionar e uma ajuda, para poder começar. Pelo menos, para que um dia, quando eu estiver fechando meus olhos, eu vá com a sensação de que ele não foi o pior pai do mundo, que ele tentou, pelo menos. 

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