28 setembro, 2014

Voltando no tempo...


   Hoje eu vou contar o pouco que eu me lembro sobre a minha infância, e como foi, crescer, sendo eu. Sim, é algo irrelevante, mas acredito que a partir do momento em que eu escrever sobre isso, eu vou passar a me entender um pouco melhor, porque eu realmente não sei quem eu sou, ou o que eu realmente quero ser...
   Não sei muito sobre o meu nascimento, sei somente o que me contaram, por isso não vou falar sobre isso, não ainda. Eu não tinha amigos, era estranho, porque toda e qualquer criança tem alguém para chamar de amigos, mas eu não me lembro de ter isso, eu considerava um ou outro, mas logo que um novo coleguinha surgia eu simplesmente era deixada de lado. 

   Sempre fui um tipo de estepe, alguém que uma pessoa usa para não ficar completamente sem nada. Sim, é um pensamento egoísta, mas sempre foi assim. Me lembro uma vez, na escolinha, eu estava no pré, e na escola tinha aulas de natação. Minha mãe preparou uma toalha que ela mesma havia bordado para mim, para ser diferente, bom, minha mãe sempre me ensinou em ser e querer ser diferente. A questão é, que eu aprendi nesse momento, que o diferente não é bom, na opinião dos outros. Caçoaram de mim por ter uma toalha diferente, falaram até que eu estava me enxugando com uma fralda.
   Pois bem, a vida vai andando, e a gente vai crescendo. Meus pais se separaram, fui viver com a minha mãe e minhas irmãs junto com nossa avó em outra cidade. Sempre fui uma criança bastante ativa, e me lembro de não ter nenhuma amiga na escola, e na hora do recreio, após eu lanchar, porque era sempre a primeira coisa que eu fazia, eu tinha como passa tempo, brincar de correr atrás dos moleques para bater neles, por motivos que nem me lembro mais, kkkk pode-se dizer que eu era louca.
   Me mudei dessa escola, fui para uma outra, um colégio adventista na época. Não tinham outras turmas na escola, mas nunca me esqueci desse lugar, nem dos alunos que frequentavam ali. Fiz uma amiga, sim, milagre, mas fiz... Foi um ano muito bom por sinal, sem muitos problemas, mas no ano seguinte, com novos colegas, começaram os meus problemas novamente, entrou uma nova menina, tentei fazer amizade, mas acredito que não deu muito certo. Só sei que o resumo dessa história, é que perdi a amiguinha que eu tinha pra essa, então o meu ciúmes na época me deixou com muita raiva. Me apeguei aos moleques da classe, me via conversando com eles sempre, mas como todo homem na idade deles, gostavam de me trollar muito, e quando eu digo muito, é muito mesmo. Aprontaram tanto pra mim, que até a diretora do colégio ficou contra mim.
   Bom, mudamos de cidade, agora eu estava na quinta série, fiz umas três amigas na nova escola, porém, a Thais aqui, sempre foi a Thais, por mais que falassem comigo, eu sentia que não tinham vontade de estar fazendo isso. Não tenho muito o que falar dessa época, não foi ruim. Tive uma sexta série tranquila, mas na sétima tive problemas com colegas novamente, briguei feio com um amigo, porque ele se convertera e resolveu que iria tirar o espirito ruim de mim e da minha família. Sim, foi uma briga e tanto, minha mãe me mudou de escola no ano seguinte. Na oitava série, conheci o que eu posso dizer que "pesadelo", claro, tudo começou muito bem, mas não sei porque motivo, razão ou circunstância, as pessoas passaram a me chamar de egocêntrica e sei lá mais o que, brigas constantes, a sala toda, novamente voltada contra mim. Um e outro salvavam, mas quando a maioria ia contra, não se faziam presentes para me ajudarem.
   Terminei o terceiro colegial nesse inferno, que hoje eu digo, foi um aprendizado e tanto. Eu passei a ser uma pessoa chata, que luta pelos próprios direitos, alguém que sempre tem um ponto de interrogação no final de cada pergunta, e um de exclamação para todas as respostas. Eu aprendi desde cedo, que o ser humano é egoísta, e que por mais que tentemos nos misturar, se somos diferentes, não vamos nunca, ser aceitos com facilidade.
   Eu entendi qual era o meu problema, e era a maldita sinceridade, a mania burra de dizer o que pensava sem medir o tamanho das palavras. A mania absurda de achar que sabia de tudo. Eu ainda acho que sei de tudo, a minha maneira é claro, porque sempre repito para aqueles que tentam mudar a minha opinião, caro amigo, não tente!! Eu respeito a mentalidade dos outros, mas não é porque eu respeito que eu concordo... São coisas tão fáceis de entender. E tem vezes que eu não quero ouvir ninguém, então não adianta tentar enfiar biografias de palavras na minha cabeça, porque eu simplesmente vou me estressar e falar merda pra você!! Eu sou assim, e parei, eu realmente parei de tentar ser o que queriam que eu fosse.
   O meu erro, foi em tentar ser aceita, não pelo o que eu era, mas pelo o que eu achava que eles queriam que eu fosse. Se eu tenho amigos hoje?! Bom, eu não sei... Hoje eu posso dizer que sim, mas e amanhã? Se eu sou amiga de alguém? Bom, eu acredito que eu sou, se precisar de mim, e eu tiver consideração demais por você, para ir te ajudar, por favor, dê valor nisso, tenho preguiça demais, só não tenho para digitar e falar, porque vocês sabem né, opinião é o que eu mais tenho para dar... E histórias não faltam pra mim!! Bjokas, se cuidem, fuis!!

Um comentário:

  1. Nossa, me identifiquei tanto com esse texto que me deu até um pouco de leveza no coração. Até hoje minha mãe zomba de mim porque nunca me dei bem em nenhuma escola ou classe, que é como se o mundo de odiasse. Sempre me falaram que eu sentiria falta do Ensino Médio quando acabasse mas, eu posso disser que em todos os anos de minha pouca existência foi a melhor coisa que acontece na minha vida.

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